Um processo muito presente entre nós que se tornou mais intenso com a chegada destes desafios que acompanham a pandemia da COVID-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde descreve como uma síndrome instalada resultante de estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. 


O fato é que, em abril de 2020 cerca de 2,5 bilhões de pessoas passaram para o estágio de confinamento. Entre 10 e 200 milhões de pessoas no mundo passaram a se encontrarem virtualmente. Em suma, esta situação expos o quão os profissionais já estavam desgastados, potencializando o processo de burnout. Situação, que de acordo com Jennifer Moss, em seu artigo "Beyond Burned Out", publicado na Harvard Business Review de fevereiro de 2020, este processo burnout possui algumas causas, tais como: carga de trabalho insustentável, falta de controle sobre a situação presente, ausência de apoio por relacionamento social, ausência da presença da justiça, valores incompatíveis e competências ausentes, entre outros. Assim, o fato é que considerando os dias atuais e pelo o que estar ainda por vir, como entender, respeitar e tratar o processo de burnout?


Vale relatar alguns resultados dos estudos Jennifer Moss registrados na mesma publicação citada anteriormente. Cerca de 90% dos profissionais entrevistados afirmam que sua vida profissional está piorando,  85% afirmam que seu bem-estar foi reduzido, 60% disseram que as demandas de trabalho aumentaram, 55% não conseguem equilibrar sua vida pessoal com a profissional e, ainda, mais de 60% já experimentou, extremamente ou frequentemente, a sensação de burnout. Portanto, quais as orientações para auxiliar os profissionais a lidarem com este processo de burnout? Para isso e com base nas pesquisas realizadas, Jennifer Moss apresenta algumas propostas.


A primeira é estabelecer um senso de propósito. O segundo está na fixação de uma carga de trabalho passível de ser gerenciada, pois a  teoria mostra que ter consciência da possibilidade de gestão proporciona ao ser humano um poder e controle sobre o que precisa ser executado e, consequentemente, o seu nível de ansiedade se estabelece no patamar da segurança e da criatividade. 


O terceiro ponto está na segurança que as pessoas possuem para discutir sobre suas emoções e sentimentos no local de trabalho. Ou seja, um clima onde estas pessoas sentem o conforto de serem elas mesmas. A quarta proposta está em executar uma liderança empática, possibilitando às pessoas uma maior satisfação ao participar de um trabalho. Lembrando que a base principal da empatia é ouvir mais do que escutar. E o quinto se refere a proporcionar aos colaboradores, um forte senso de relacionamento com a sua família e seus amigos.


O processo de burnout não é um assunto novo. Mas, se torna mais crítico em períodos de crise. Então, por que não fazer das atividades, uma efetiva e contínua gestão do potencial burnout que poderá se apresentar na equipe? Isto exigirá mais atenção, mais foco e mais gerenciamento. Como resultado, mais saúde mental, maior produtividade e mais resultados positivos.


Começar agora.


Regis M Lucci 

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