Em um momento em que trazemos tanto de nós mesmos para o trabalho, saúde mental ainda é algo sobre o qual não gostamos de falar no escritório.


Como apresentamos na última reflexão, prosseguiremos este tema que tanto vem desafiando as organizações e seus líderes. A pressão do contexto permanece. As pessoas permanecem mais ansiosas. Sempre esperando pelas más notícias. Em suma, as pessoas parecem estar mais infelizes por vários motivos, mas em particular por causa da ansiedade, depressão e outras lutas por saúde mental. Esta situação se apresenta o tempo todo ou durante a maior parte do tempo. E, para dificultar, os líderes atuais fingem que não têm ansiedade ou transtornos de humor. Um paradoxo quando se observa as organizações se preocuparem em elevar espaços específicos para ioga e relaxamentos.


As pesquisas mostram que estamos lidando com um momento particularmente opressor da história, especialmente para as gerações mais jovens. Embora a ansiedade seja sentida por pessoas de todas as idades, as pessoas entre 18 e 39 anos relatam as taxas mais altas de ansiedade e depressão. Em suma, uma situação não escolhe a idade e a situação socioeconômica do indivíduo.


As organizações precisam, desesperadamente de modelos mais adequados de liderança para as atuais pressões de contexto, especialmente em uma sociedade que nos diz que ansiedade e depressão são fraquezas que impedirão a concretização do sucesso. Os colaboradores precisam de um espaço onde possam conversar sobre ansiedade, depressão e stress. 


Enquanto o reconhecimento e o equilíbrio não vêm, algumas medidas podem ser implementadas. Inicialmente, todos devem que elevar o padrão de autoconsciência sobre o cuidado de si. À medida que intensificamos o uso do trabalho remoto, é ainda mais importante reservar um tempo para si mesmo todos os dias. Os estudos mostram que o dia de trabalho pós-pandemia tem durado, em média, 48 minutos a mais do que o dia de trabalho pré-pandemia, a partir dos aumentos de reuniões e do número de e-mails trocados. Por causa disso, é importante estabelecer limites e dedicar um tempo concentrado para recarregar as energias. É fundamental que priorize o tempo pessoal da mesma forma que priorizaria uma reunião importante.


Outro ponto está na necessária fixação de uma desconexão frequente e consciente. A a cultura da conexão contínua, deixa a sensação de que devemos nos esforçar e pensar sobre o que faremos a seguir o tempo todo. Fica difícil permanecer no momento presente quando somos constantemente bombardeado com lembretes, preocupações, expectativas e distrações que alimentam pensamentos ansiosos. Em resumo, sinta mais a emoção do tempo colocado para o cafezinho. Para a pausa.


Lembre-se também de ampliar a autenticidade, reconhecendo e compartilhando as oscilações emocionais. Crie coragem para lutar contra o estigma instalado para este tema de saúde mental. Compartilhe por conversas abertas e honestas com os colegas e líderes. Como resumo, reconhecer e falar sobre sua saúde mental não é uma fraqueza, é sobrevivência e um auto respeito.


E, por último e não menos importante, construa uma rede de apoio representativa, formada por pessoas com interesses mútuos ou que entendem sua posição e os desafios que você enfrenta. Reforce seu círculo social com colegas que você confia, e com quem possa falar com autenticidade e honestidade sobre como está se sentindo. Porém, vale reforçar de que a construção de uma rede de apoio é uma via de mão dupla.


Consciência, respeito e sucesso.

Até a próxima.

 

Regis Lucci

Linea Consulting