Sempre que escutamos alguém falar em mudanças sentimos aquele aperto no estômago. 

Quando o assunto é transformação cultural de uma organização, essa sensação é ainda mais forte.

A Linea Consulting, uma empresa especializada em apoiar seus clientes na condução de processos de evolução organizacional, acredita que somente integrando o Significado da Marca com a Gestão de Processos e com os Propósitos de Evolução dos Indivíduos, as organizações serão capazes de criar condições para liderar sua transformação.

Para ilustrar a complexidade destas transformações, abordaremos o comportamento humano e suas motivações por meio de teorias desenvolvidas por grandes estudiosos, que perceberam que os indivíduos apresentam uma tendência natural para buscar a manutenção do status quo, evitando situações de exposição ao risco.

Por exemplo, Sigmund Freud, neurologista austríaco que viveu entre o final do século XIX e início do século XX, considerado o pai da psicanálise, e que difundiu o conceito do inconsciente em seus estudos sobre o comportamento humano. Freud representava a mente humana através da figura de um iceberg, ilustrando que apenas uma pequena fração de nossa mente é consciente e possui memórias ativadas, enquanto a grande maioria de nossas memórias (vivências e experiências) se encontram em estado latente e podem vir à tona sem que saibamos como ativá-las.

Boa parte de nossos hábitos são conduzidos por esta memória inconsciente, que nos faz repetir comportamentos sem que nos atentemos a eles. Essa memória inconsciente é a que nos permite respirar, caminhar, andar de bicicleta e até mesmo dirigir um veículo, através de ações “automáticas”, inconscientes, sem que nos atentemos aos movimentos necessários para que estas ações ocorram.

Uma vez aprendidos, nossa mente se encarrega de repetir tais movimentos, nos poupando energia para outras atividades que precisem de estímulo. Desta forma, vemos que até mesmo fisiologicamente, o corpo humano está preparado para repetir comportamentos, ou seja, ele trabalha no sentido de evitar mudanças. Essa necessidade de dispender energia para realizar ações diferentes das habituais demonstra que, embora passemos por constantes processos de mudanças durante toda nossa vida, a mente transforma o que seria uma aptidão natural do ser humano em uma relação de aversão às mudanças. Os indivíduos são espontaneamente propensos a resistir a qualquer novo contexto, utilizando seu modo automático de ação.

Essa resistência natural do ser humano ao que lhe é desconhecido é um grande dilema a ser enfrentado pelas organizações. Em tempos de volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidade (VUCA), os indivíduos precisam de novos olhares, competências e modelos mentais. É fundamental que as organizações reconheçam e trabalhem seus traços culturais, possibilitem o autoconhecimento, desenvolvam a habilidade em produzir resultados por meio das equipes, e saibam lidar com as emoções dos sujeitos envolvidos, para que possam conduzir o processo de transformação organizacional necessário e desejado sem atropelos.

Voltaremos a abordar este tema através da perspectiva de outros estudiosos. Até lá.


Renato Flora

Linea Consulting