Nos textos anteriores sobre resistência às mudanças, abordamos os obstáculos aos processos de transformação cultural das organizações do ponto de vista do indivíduo, utilizando o conceito de inconsciente humano difundido por Freud no final do século XIX, e a Teoria das Necessidades Humanas desenvolvida por Maslow na década de 1950.

Hoje abordaremos as transformações através da teoria da psiquiatra austríaca Elisabeth Kübler-Ross, que apresentou em seu livro A morte e o morrer, de 1969, o que chamou de Modelo de Sofrimento, segundo o qual o ser humano passa por diversas etapas diferentes de consciência até que aceite uma situação de luto. Este modelo pode ser representado pela curva de reação do ser humano frente ao luto, e foi bastante difundido no mundo dos negócios para analisar a resistência das pessoas às mudanças no ambiente corporativo.

Ao analisarmos cuidadosamente a curva de mudança, que apresenta como o moral e o desempenho variam em função do tempo, percebemos que o indivíduo que enfrenta um processo de mudança normalmente passa por um choque pela surpresa do fato, e então atravessa todo o caminho de negação, frustração e depressão, até que consiga iniciar o processo de experimentação e aceitação da mudança. Todo esse esforço para que o processo de mudança seja entendido, aceito e integrado ao comportamento, em que pese possa variar significativamente entre diferentes indivíduos, demonstra o quanto a mente humana trabalha no sentido de resistir ao processo.

Portanto, assim como os estudos de Freud e Maslow, Kübler-Ross explicita quase que passo a passo toda a complexidade e resistência da mente humana para aceitar mudanças, reforçando o quão trabalhoso é, para as organizações, mobilizarem seus colaboradores na condução das mudanças, estando atentos para acompanhar e acolher o turbilhão de sentimentos e emoções aos quais estarão expostos.

Num contexto contemporâneo de constante mudanças (VUCA), acreditamos que somente através da integração do Significado da Marca, da Gestão de Processos e do Propósito das Pessoas é que uma organização conseguirá se antecipar aos movimentos do mercado, desenvolver as competências e habilidades necessárias em seu time e cuidar para que a jornada de transformação organizacional seja realizada de forma harmoniosa e obtenha os resultados esperados.